Durante a Semana Santa o cristão é convidado a contemplar os passos de Jesus que é preso, condenado, ultrajado, açoitado e morto – para depois ressuscitar, demonstrando a vitória da vida sobre a morte, a redenção dos pecados da humanidade. É o tempo litúrgico que melhor expressa a ação misericordiosa de Deus em favor do seu povo.
O bem-aventurado Padre Miguel Sopocko, que escreveu o mais belo e profundo tratado sobre a misericórdia na vida pública de Jesus, expressou: “A Paixão de Cristo é como que a fogueira dos mistérios divinos e a fonte da nossa salvação, visto que é uma demonstração evidente da Divindade de Cristo e da Sua infinita misericórdia”.
Mas como deve ser a vivência do leigo na Semana Santa? Se essa é a tua dúvida, saiba o que você deve fazer para viver a Semana Santa colhendo dela todos os proveitos e graças que Jesus quer conceder a cada um de nós.
Pratique o jejum e a penitência
É tradição que na Quaresma o cristão faça jejum e penitência – sinal de que está buscando a conversão e a santidade. No entanto, esse período de jejum não é obrigatório, é apenas recomendado pela Igreja. Contudo, já na Semana Santa o cristão não pode deixar de praticar o jejum na quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. O jejum pode ser parcial, abstendo-se apenas da carne, por exemplo, ou total. Na Sexta-Feira Santa a Igreja também pede que os fiéis conservem o silêncio em respeito a morte de Jesus.
Medite a via-sacra
Durante toda a quaresma somos convidados a meditar a Paixão de Cristo por meio da via-sacra, também conhecida como via-crucis – traduzindo do latim: caminho da cruz. Com a via-sacra, o cristão contempla e caminha junto a Jesus rumo ao monte calvário. Cada uma das quinze estações apresenta uma cena da Paixão, de forma a nos conduzir, como numa peregrinação, a meditar o mistério da redenção humana. Na via-sacra contemplamos o sofrimento de Jesus, que se fez obediente até a morte. Por meio do sofrimento de Cristo, também o cristão deve carregar sua cruz, assemelhando-se ao Mestre Divino e confiando esperança da ressurreição. O leigo na semana santa é convidado a viver de forma total a contemplação.
Participe das celebrações da Semana Santa
A Semana Santa tem início no Domingo de Ramos e tem seu ápice no tríduo pascal com a missa de lava-pés na Quinta-Feira Santa, a celebração da Paixão na Sexta-Feira Santa, além da procissão do Senhor Morto nesse mesmo dia, e a missa da ressurreição à noite no Sábado de Aleluia. Para o cristão que deseja viver intensamente a Semana Santa, é indispensável participar de todas essas celebrações. Nesses dias vivemos o centro de nossa fé, isto é, o mistério pascal de Cristo que nos concedeu uma nova vida. São João Paulo II ressaltou que, por meio do tríduo pascal, “misteriosamente participamos no regresso de Cristo ao Pai, por meio da Sua Paixão, Morte e Ressurreição. De fato, a fé garante-nos que essa passagem de Cristo ao Pai, ou seja, a Sua Páscoa, não é um acontecimento que diga respeito só a Ele; também nós somos chamados a tomar parte nela: a Sua Páscoa é a nossa Páscoa”.
Leia sobre a Paixão de Cristo
Aproveite esses dias de Quaresma para aprofundar seu conhecimento sobre a Paixão de Cristo e a redenção humana obra máxima da misericórdia divina. Confira alguns livros que podem te conduzir a perscrutar esse mistério.
A Paixão de Jesus Cristo
O livro apresenta as visões Ana Catarina Emmerich que dizem respeito à Paixão, morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Como as demais visões desta bem-aventurada, elas seguem Jesus a par e passo, quase como numa reportagem jornalística.
A misericórdia de Deus em suas obras
Uma obra completa em nos mostrar o sentido da misericórdia Divina nos episódios da vida de Cristo, desde o seu nascimento até a sua Paixão e Ressurreição. De autoria do bem-aventurado Padre Miguel Sopocko, o livro nos apresenta uma nova leitura dos evangelhos de toda a trajetória de Jesus nesse mundo.
Redenção – seu significado em nossa vida
O que significa ser redimido? Como a mensagem de salvação marca a nossa vida? O que a redenção propiciou a nós? Para o autor, em Jesus o próprio Deus se tornou homem para curar a natureza humana arruinada e para preencher com vida divina a dilaceração vida de cada um de nós. Jesus nos mostrou um caminho pelo qual podemos ter uma vida de prosperidade, mesmo atravessando os percalços e trevas desta vida.